18.5.07

Polémica Querido Che

12.5.07
O abominável homem das pampas
Subindo anteontem a Av. Fontes Pereira de Melo deparei-me, ao passar no cruzamento com a R. Martens Ferrão, com um cartaz do ilustre membro da hagiografia do politicamente correcto, Che Guevara, no cinema Mundial. Nele estava escrito “Querido Che”. Para além das náuseas que a visão de semelhante personagem me causa interrogo-me: o que leva alguém a venerar um sinistro facínora fundador dos campos de “reeducação pelo trabalho” e cuja crueldade, arrogância, sadismo e desprezo pela vida humana, ficaram célebres na Cuba pós revolucionária? Será que esses imbecis que fizeram esse filme têm a noção de quem foi verdadeiramente Ernesto Guevara? Filho de “boas famílias” de Buenos Aires e tendo sido muito mimado pelos seus pais devido ao facto de sofrer de asma, rapidamente desenvolveu aquilo a que gosto de chamar o “espírito de Peter Pan”, isto é, o desejo de viver na “terra do nunca” onde o tempo não passa e somos sempre crianças o que mais não é do que uma fuga à responsabilidade. São estes os ingredientes para alguém se tornar socialista ou, mais genericamente, de esquerda. O Che declarava-se um grande admirador do Terror e dos massacres desencadeados pela Revolução francesa o que tentou imitar em Cuba com a ajuda do seu amigo Fidel. Há uma frase dele que vem citada no “Livro negro do comunismo” que me parece bem reveladora deste fascínio que ele tinha pelo “ódio eficaz que faz do homem uma eficaz, violenta, selectiva e fria máquina de matar”, ou ainda outra “não posso ser amigo de uma pessoa que não partilhe as minhas ideias”. Um belo exemplo da tolerância que o Simão refere no seu artigo da Alameda. Quanto tempo mais vamos ter de gramar com a figura repugnante desse paspalho de boina na cabeça e de olhar bovino que faz as delícias dos altermundialistas? Haja pachorra!

António Bastos

in blog O estado do tempo.

Alexandre Ferreira disse...

Caríssimo António Bastos,

Está melhor da náusea? Ou era metafórica e encontro-me na presença de um existêncialista? De qualquer maneira para do no tempo, é o minímo de que o devo avisar. Não é cinema, não é filme não. É mesmo uma peça de teatro, ainda por cima, musical, imagine-se o desplante de se criar livremente. Mas esteja descansado, porque pouco acima e um pouco por todo o lado verá você outros espectaculos livres de assim o serem sobre essa figura, que segundo alguns fazem crer, representa o pior e o melhor português de sempre, senhor de antagonismos, no mínimo, enquanto outros, num antigo cinema convertido em novo teatro, que se quer um novo espaço cultural com uma identidade própria e sem subsídios estaduais, descanse que não lhe vamos ao bolso, só se nos quiser ver, e aí, não nos peça a única coisa que temos para vender, mas como dizia, no Mundial, se faz uma peça sobre alguém que acreditou que se podia mudar o mundo, que acreditava, revolucionariamente, radicalmente, que as pessoas, no seu íntimo são boas.

Com os meus melhores cumprimentos e votos de melhoras,

Alexandre Ferreira

www.alexandreferreira.blogspot.com

a partir de 28 de Maio estaremos à sua espera.

04:44

comentário no acima referido blog

14.5.07

QUERIDO CHE / DEAR CHE


Estamos no ano de 1955 e Che Guevara está na cidade do México com os seus amigos a preparar a revolução. O local de encontro é uma cantina mexicana que pertence a Pancho, um personagem curioso e divertido que leva mais a sério a preparação de um disco com os seus amigos mariachis e com sua filha Angelita do que a gestão da sua cantina.

O quotidiano dos personagens que frequentam a cantina vai ser alterada pela presença dos jovens revolucionários. Sobretudo Angelita que se apaixona por Che Guevera.
Um amor impossível para a cabeça de Che, que está totalmente ocupada com a revolução. Pancho preocupa-se, claro está, com a sua filha mas acima de tudo estão os ensaios da festa da Virgem de Guadalupe com os seus amigos.

Os companheiros de Che também vão ser contagiados pelo colorido daquele lugar acolhedor e também eles vão ter as suas paixões fugazes com as amigas de Angelita.

Entre amores e desamores, ensaios, cantigas, festas e conversas clandestinas, ficamos a conhecer grande parte do que aconteceu a Ernesto Guevara no período que ele passou no México que antecedeu à Revolução Cubana.

E é em plena festa de los muertos que Che parte para se juntar aos revolucionários cubanos comandados por Fidel Castro.

A vida dos que o conheceram na simpática e pitoresca cantina fica para sempre marcada pela sua presença que nunca mais foi a mesma.

Mas também, a vida do mundo nunca mais foi a mesma. Até hoje. Até sempre!



30 de Maio a 29 de Julho - CINEMA MUNDIAL - SALA 1 Lisboa

Plateia: 15,00€