17.4.10

अ Dançअ दो देस्प्रज़ेर मलेच Mechaya


Em dezembro estive no Teatro Taborda, em UM NENHUM E CEM MIL, a partir de Pirandello, com encenação de Mário redondo e na excelente companhia de Adriana Moniz, Francisco Sousa, Miguel Sopas e Pedro Saavedra


Con una sola voz, la voz de la utopía

Nací en un país de claroscuros. Viví cuarenta años en una Argentina marcada por vaivenes entre dictaduras atroces y democracias que querían serlo. País de sombras y fantasmas. De cielos despejados. La constante mudanza nos hizo seres con mucha capacidad de adaptación y de lucha. Salir y entrar en la oscuridad fue siempre el desafío.
Fuenteovejuna , cuenta otra historia de tormentas. El abuso del poder y la rebelión inevitable. Las injusticias y la locura de los hombres son, en todos lados parecida.
Lope de Vega las cuenta en su España profunda.
Chico Buarque le canta al amor y a la libertad. Dos palabras que conjugan lindo. Dos palabras con sentido aquí y del otro lado del Atlántico.
Y ahora, en este rincón del mundo, donde también las nubes hicieron larga sombra, juntamos universos y cantamos, y contamos. Con una sola voz, la voz de la utopía.

Claudio Hochman
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quinta-feira, 18 de Março de 2010
Um Hino à Liberdade

Acordar consciências, libertar o melhor que há em cada um de nós

Em 1610 Lope de Vega escrevia Fuenteovejuna, uma história sobre o abuso de poder por parte de um comendador. Em 2010 podemos confirmar que a existência de "comendadores", e das suas cometidas atrocidades, é um fenómeno intemporal, bem como a luta e a revolta do povo contra quem dele abusa.
Há quatrocentos anos atrás a Europa abanava com novos movimentos religiosos, culturais e científicos e, hoje, as instituições religiosas e políticas estão descredibilizadas e já se percebeu que não são elas que vão transformar o mundo num sítio melhor para se viver.
O mundo muda consoante a transformação individual de cada um de nós. É dentro que se muda o fora e a Arte continua a ser o veículo primordial à transformação e evolução do indivíduo e, consequentemente, da humanidade.
Em "O Que Faz Falta" à história de Lope de Vega juntam-se as canções de Chico Buarque (um dos melhores e mais completos músicos de expressão portuguesa de sempre). As músicas do Chico dão-nos uma dimensão política que põe o dedo na ferida das ditaduras e da crueldade do Homem, mas também nos revelam o amor, o lado poético do ser humano, o melhor do indivíduo. Desta conjugação, na minha leitura, nasce uma resposta ao que faz falta: acordar consciências, libertar o melhor que há em cada um de nós e com isso abanar o mundo, empurrando-o para a mudança que cada um determinar dentro de si.
Neste processo de trabalho ficou bem claro que uma equipa unida consegue engrandecer-se e fazer do trabalho um espaço onde todos evoluímos e nos tornamos melhores pessoas, onde o plural se torna singular.
Obrigado a todos. Acima de tudo foi um prazer.

Rui Rebelo
Publicada por O Que Faz Falta em 06:53 0 comentários
Ficha do Espectáculo
Ideia - Carlos Fragateiro
Encenação – Cláudio Hochman
Direcção Musical - Rui Rebelo
Cenário e Figurinos – Ana Paula Rocha
Desenho de Luz – João Almeida
Desenho de Som – Pedro Costa
Estratégia de Comunicação – Catarina Pestana
Assistentes de Encenação/Cenografia – Luciana Vilanova, Sabina Ferreira

Elenco:
Alexandre Ferreira – Comendador
Diogo Mesquita – Estevão
Fernanda Paulo – Jacinta
Filipa Duarte – Laurência
Nilson Muniz – Flores
Pedro Pernas – Frondoso
Sabri Lucas – Mengo

Cantoras:
Camila Honda
Marta Queirós

Músicos:
Alex Duarte
Eduardo Jordão
Gonçalo Santos

Produção/Técnica/Cena – Tiago Pires
Produção/Comunicação/Imagem – Margarida Vaz
Direcção de Cena – Tiago Pires
Operador de Luz e Som – Cena de Eventos
Zeladora do Guarda-Roupa – Sandra Ferreira, Patrícia Inácio
Montagem do Cenário/Iluminação/Som – Cena de Eventos
Imagem – Dasein, Design Gráfico
Fotografia – Maria João Fragateiro
Bilheteira – Pedro Estrompa

Palcos e Percursos – Associação Cultural
Coordenação Artística – Carlos Fragateiro
Coordenação Financeira – Luís Gaiolas
Coordenação Produção/Técnica/Cena – Pedro Leite
Coordenação Comercial – João Martinho
Programação Clube Raul Solnado – Carla Vasconcelos
Publicada por O Que Faz Falta em 03:29 0 comentários
quarta-feira, 17 de Março de 2010
O Que Faz Falta

Porquê O Que Faz Falta

Porquê um Hino à Liberdade no Teatro Villaret

“O Que Faz Falta” é, em primeiro lugar, um gesto de homenagem ao Raul Solnado e ao teatro que criou e afirmou, o Teatro Villaret. Um teatro que, pela mão do Raul, foi palco, entre tanta coisa, do Zip-Zip, da Visita da Cornélia e dos concertos que Vinícius de Moraes e Chico Buarque deram em Lisboa no final dos anos 60, tornando-o num dos espaços de referência da vida cultural portuguesa, num espaço de liberdade.

“O Que Faz Falta” é um espectáculo que se propõe falar da e sobre a liberdade, que se propõe questionar as pessoas, pois para nós o teatro só tem sentido se se assumir como uma expressão das questões, dos desafios e das preocupações que atravessam o seu tempo. “O Que Faz Falta” é um hino à liberdade contado em três tempos históricos: início do séc. XVII na história da revolta do povo de Fuenteovejuna contra um comendador déspota e violador; anos 60 e 70 e a luta contra a prepotência e a ditadura contadas nas músicas de Chico Buarque; hoje porque é fundamental questionar cada um de nós sobre o que faz falta para inventar um outro tempo, um outro futuro.

E faz falta tanta coisa.

“O Que Faz Falta” quer também mostrar que é possível fazer um teatro de causas capaz de emocionar as pessoas, de as encantar, sem necessidade de fazer cedências ao mau gosto e ao facilitismo, um teatro que possa ao mesmo tempo ser elitista e popular. E porque somos uma estrutura independente dos apoios públicos, não estaremos a dar corpo a um acto refundador do teatro em Portugal?

Bom espectáculo.

Carlos Fragateiro